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CEGUEIRA

  • Foto do escritor: bolacho clube
    bolacho clube
  • 8 de out. de 2024
  • 2 min de leitura



Ainda sinto o gosto amargo do exato momento em que o caos e o desespero se instalaram em minha vida. Era madrugada de uma quarta-feira, após um longo e cansativo dia eu dormia tranquilamente quando que por volta das três horas da madrugada sou tomado por uma vontade enorme de "tirar água do joelho" (se é que me entende). Quando de repente sem aviso abro meus olhos para me dirigir ao banheiro e percebo que não enxergo mais nada em minha volta, o que está acontecendo? Fiquei cego.

Levanto desesperado, trombo em tudo que se é possível, trombar em meu quarto, lanço palavras do mais baixo calão aos quatro ventos: "Por que eu? Carma? O que será que fiz de tão errado para receber tamanho castigo do dia para noite? Como irei viver desse modo?"

Depois de um longo tempo gritando, chorando e tropeçando, sento na beira da cama (acho que era a beira da cama), respiro fundo por alguns segundos, reflito: Denzel Washington se virou muito bem no livro de Eli. O demolidor só virou um super-herói depois da cegueira, é talvez seja possível que eu fique bem, eu não preciso lutar contra o crime nem nada disso, posso até arrumar um cão guia para me ajudar. Mas nunca mais verei a cor do céu ao entardecer, nem admirarei a beleza das rosas desabrochando. Mas eu não posso me entregar, vou superar isso como um homem que sou...

Paro por um segundo, a ficha cai, bato a mão no interruptor a minha direita a luz se acende, eu vejo vida, respiro aliviado, tudo não passou de um mal-entendido. Mas o que fica é a breve experiência e o orgulho de saber que se fosse real eu teria me saído bem. 



Conto escrito por: Lucas Zanata


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