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MORTE

  • Foto do escritor: bolacho clube
    bolacho clube
  • 1 de set. de 2024
  • 2 min de leitura


Outro dia me aconteceu uma situação meio que inusitada. Logo após um dia exaustivo de trabalho, talvez o pior daquele mês, cheguei em casa muito cansado, joguei as chaves e carteira em cima da mesa, fui direto para a cozinha, tirei o frango marinado da geladeira, coloquei na assadeira e após ligar o forno e colocar o frango para assar, me virei em direção à sala e sem se quer te notado quando cheguei, me deparo uma pessoa sentada em meu sofá, uma pessoa imponente, misteriosa de sobretudo preto:  — Estava lhe esperando — disse me. — Esperando para quê?  —  Não me parece com medo, nem surpreso.  — Ultimamente, a única coisa que causa alguma surpresa é dinheiro sobrando no fim do mês.  — Eu vim te buscar.  — Buscar para fazer o quê? Por um acaso combinamos de sair, foi?  — Sou a morte, sua hora chegou. Vim pessoalmente lhe buscar.  — OXI, mas com certeza deve ter acontecido algum engano, pois eu lhe garanto que não levei tiro, não sofro nenhum tipo de acidente, não enfartei nem nada do tipo.  — Hahaha a morte nunca se engana, rapaz.  — Então diga em que momento que morri, porque eu não estou entendendo é nada.  — A causa da sua morte foi… suicídio.  — Ai você pirou de vez, logo eu que tenho medo até de injeção, vou me suicidar de que jeito? — Infelizmente, meu rapaz, você se matou de trabalhar.  — Metaforicamente?  — Literalmente.  — Até para morrer teve que ser depois do expediente, pobre não tem sorte mesmo, e outra! Eu nem sabia que dava para morrer disso, acho que não deveria contar não.  — Rapaz, não dá para negociar com a morte.  — Como não? E Jesus que morreu e voltou depois de três dias?  — Vai se comparar com ele mesmo?  — Você tem razão… E os zumbis? Que são mortos, mas são vivos?  — Você sabe que zumbi não existe de verdade, né?  — Verdade, viajei agora. Tá mais e aí? O que acontece agora? Para onde você vai me levar?  — Para o além…  — Que além?  — Alémbida que você deu no meu saco!   — Ha há há essa foi de matar, muito criativo você.  — Desculpa, não pude evitar… Enfim, sem mais delongas, vamos embora, que eu ainda tenho muito trabalho a fazer.

Eu estava tão cansado, tão exausto que simplesmente aceitei meu destino, a morte me pegou pelo braço e juntos fomos caminhando para o além, e durante todo o caminho minha única dúvida era… Será que lembrei de desligar o forno?

Conto escrito por: Lucas Zanata.

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