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O ENCONTRO

  • Foto do escritor: bolacho clube
    bolacho clube
  • 10 de set. de 2024
  • 3 min de leitura




Lembro-me como se fosse ontem… Há é foi ontem mesmo. Roseli e eu sentados um de frente para o outro, primeiro encontro, os dois nervosos tentando causar uma boa primeira impressão, algo estava me incomodando na ocasião, alguma coisa nessa mulher estava fora do padrão, eu não sabia exatamente o que era, mas meu sexto sentido tentava me alertar. Ela foi gentil e engraçada durante toda a refeição, chamei o garçom para poder em um ato de cavalheirismo pagar a conta, ela segura e empoderada como era fez questão de dividir, fiquei ainda mais encantado por ela, ao mesmo tempo que o desconforto de parecer que algo nela não era normal para uma mulher, crescia em mim cada vez mais.

Pagamos a conta (que particularmente para mim foi um roubo, R$ 36,50 em um x-bacon egg? Um absurdo, sem falar na latinha de Bavária… prefiro nem comentar).

Saímos do estabelecimento, ofereci uma carona ela prontamente aceitou, dentro do carro tomado por um impulso masculino sugeri sutilmente que fossemos para um motel, ela com um leve sorriso fez que sim com a cabeça.

Fomos para o motel mais próximo, decido pela suíte master, para manter a boa impressão é claro, adentramos e num ato quase que primitivo, me adianto e vou me esfregando nela, ela delicadamente me afasta, diz que sou apressadinho e que vai ao toalete se preparar para mim e completa falando que não irei me arrepender.

Assim que Roseli some de vista, embarco em um diálogo com meu pênis, perguntando se essa era a decisão correta a se tomar, visto que algo nela não era extremamente o que eu estava esperando. Ele respondeu que por ele tudo bem, que qualquer buraco era “gol”, sugeri que ele estava agindo no calor do momento, que não estava pensando com a cabeça ou estava pensando só com a cabeça, sei lá, que não estava sendo racional, eis que ele retrucou argumentando que se alguém ali não estava sendo racional era eu, que estava totalmente despido, encurvado conversando quase sussurrando com o próprio pênis. O desgramado tinha total razão.

E tomando por essa sensação de estranheza e incômodo, resolvi tirar isso a limpo, e sem que ela esperasse, abri a porta do banheiro sem dar tempo a ela, e para minha surpresa vendo ela nua, ainda sem acreditar no que meus olhos me mostravam, acabo infelizmente confirmando minhas suspeitas… Todo esse tempo eu não estava flertando e desfilando por aí com uma mulher de verdade… Roseli descobri o seu segredo, ela não era uma mulher cis, todo esse tempo ela era uma BONECA INFLÁVEL!

Extremamente chocado pela revelação, peguei meu carro e fui embora, desnorteado refletindo sobre tudo que aconteceu, me sentido no filme Clube da luta…(Personagem do Edward Norton, agora eu te entendo).

Quanto tempo mais seremos enganados por bonecas infláveis se passando por mulher?

Que mundo moderno é esse que vivemos?

Será que eu sou antiquado de mais?

Será que devo abrir minha mente para essas coisas novas?

Bonecas infláveis tem o direito e merecem o respeito de ser tratadas como mulheres humanas?

Não sei se cabe a mim ter alguma opinião a respeito no momento, preciso digerir o que aconteceu ali, os tempos são outros, os gêneros são outros, e o que sei é que eu não acompanhei e continuei o mesmo.

Conto escrito por: Lucas Zanata.

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